sexta-feira, 29 de maio de 2015

Digestão do Danoninho!

Novamente é vez do Danoninho galera!! No post anterior buscamos abordar como acontece a absorção do "Bifinho" em nosso corpo, como são degradadas as proteínas para que possamos obter nutrientes para o dia a dia. Dessa vez buscamos focar em uma das características que mais nos atraia a comprar um bom Danoninho, seu sabor adocicado!!

Em postagens anteriores (Conhecendo o Danoninho) vimos que a composição de um potinho com 40 g apresentava cerca de 5,6 g de carboidratos, cerca de 2 % do valor diário recomendado. Essa porcentagem do valor diário se baseia no mínimo, em média, de carboidratos que devemos absorver para mantermos nossas atividades diárias. Para que possamos obter essa energia, no entanto, acontecem vários processos bioquímicos de digestão e absorção que nos permitem utilizar a energia armazenada nas substâncias do Danone. 

Primeiramente, o que são Carboidratos?

Os carboidratos são, predominantemente, poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas cíclicos, ou substâncias que liberam esses compostos por hidrólise. Muito carboidratos, mas não todos têm formulas empiricas (CH2O)n, alguns também contêm nitrogênio, fósforo ou enxofre. São divididos em três classes principais, de acordo com seu tamanho: Monossacarídeos, Oligossacarídeos e Polissacarídeos. 

Acima vemos o carboidrato mais conhecido no meio bioquímico, a glicose, em suas formas dextrogiro e levogiro.


Digestão dos Carboidratos

O início da digestão dos carboidratos acontece na boca. A enzima ptialina, também chamada da amilase salivar, é secretada pelas glândulas salivares. Esta enzima quebra ligações alfa 1-4 entre as moléculas de glicose do amido e as hidrolisa até maltose e oligossacarídeos. Como o alimento passa pouco tempo na boca, este processo é incompleto, pois a amilase não consegue quebrar as ligaçoes alfa 1-6 que existem entre as moléculas de glicose.

A amilase salivar continua atuando até chegar no estômago, onde sua ação é inibida pelo pH ácido.
Já no intestino delgado a enzima amilase pancreática forma principalmente maltose, oligossacarídeos (dextrinas) e determinada quantidade de isomaltose.

A maior parte da digestão de carboidratos acontece no intestino delgado (duodeno) e esta digestão ocorre não só no lúmen mas também na borda em escova do enterócito onde a enzima maltase transforma a maltose em duas glicoses. Nessa superfície epitelial há as enzimas sacarase (quebra as ligações alfa e beta 1-2), lactase (fornece glicose) e isomaltase (quebra as ligações alfa 1-6 da isomaltase) que atuam na quebra até chegar aos monossacarídeos dos seguintes substratos: Sacarose, Lactose e Isomaltose. Após todas as etapas da digestão encontramos os seguintes monossacarídeos: glicose, frutose e galactose, que podem ser absorvidos pelo enterócito.

Referências

Tirapegui, Julio-Nutrição: fundamentos e aspectos atuais - 2 ed. - São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

sábado, 23 de maio de 2015

Ação do Bifinho no Organismo


“- Humm, vixiii mamãe como esse bifinho esta gostoso!!!”
Após seu filho comer aquele delicioso bifinho de panela, vimos no post anterior, que para ele ser digerido e absorvido, vai exigir varias vias ioquímicas. No entanto, você consegue explicar para seu filho qual a importância de comer o bifinho?
Então galera, iremos elucidar os principais beneficio que um bifinho pode trazer para o corpo humano.  Como sabemos as carnes são alimentos ricos em proteínas e essas proteínas são formadas de aminoácidos que são substâncias essenciais para a síntese proteica do organismo.
Uma vez no sangue, os aminoácidos são distribuídos para células de todo nosso corpo, sobretudo pelo fígado. Por conseguinte, quase nunca ocorre acúmulo de grandes concentrações de aminoácidos no sangue circulante e nos líquidos teciduais. Todavia, a intensidade de renovação dos aminoácidos é tão rápida, que muitos gramas de proteínas podem ser transportados de uma parte do corpo a outra sob a forma de aminoácidos, a cada hora.
Quase imediatamente a entrada de aminoácidos na célula, os aminoácidos entra na via de síntese proteica. Que ocorre em três etapas.
1º. Transcrição
A mensagem contida no cístron (porção do DNA que contém a informação genética necessária à síntese proteica) é transcrita pelo RNA mensageiro (RNAm). Nesse processo, as bases pareiam-se: a adenina do DNA se liga à uracila do RNA, a timina do DNA com a adenina do RNA, a citosina do DNA com a guanina do RNA, e assim sucessivamente, havendo a intervenção da enzima RNA-polimerase. A sequencia de 3 bases nitrogenadas de RNAm, forma o códon, responsável pela codificação dos aminoácidos. Dessa forma, a molécula de RNAm replica a mensagem do DNA, migra do núcleo para os ribossomos, atravessando os poros da membrana plasmática e forma um molde para a síntese proteica.
2º. Ativação de aminoácidos
Nessa etapa, atua o RNA transportador (RNAt), que leva os aminoácidos dispersos no citoplasma, provenientes da digestão, até os ribossomos. Numa das regiões do RNAt está o anticódon, uma sequência de 3 bases complementares ao códon de RNAm. A ativação dos aminoácidos é dada por enzimas específicas, que se unem ao RNA transportador, que forma o complexo aa-RNAt, dando origem ao anticódon, um trio de códons complementar aos códons do RNAm. Para que esse processo ocorra é preciso haver energia, que é fornecida pelo ATP.
3º. Tradução
Na fase de tradução, a mensagem contida no RNAm é decodificada e o ribossomo a utiliza para sintetizar a proteína de acordo com a informação dada.
Os ribossomos são formados por duas subunidades. Na subunidade menor, ele faz ligação ao RNAm, na subunidade maior há dois sítios (1 e 2), em que cada um desses sítios podem se unir a duas moléculas de RNAt. Uma enzima presente na subunidade maior realiza a ligação peptídica entre os aminoácidos, o RNA transportador volta ao citoplasma para se unir a outro aminoácido. E assim, o ribossomo vai percorrendo o RNAm e provocando a ligação entre os aminoácidos.
O fim do processo se dá quando o ribossomo passa por um códon de terminação e nenhum RNAt entra no ribossomo, por não terem mais sequencias complementares aos códons de terminação. Então, o ribossomo se solta do RNAm, a proteína específica é formada e liberada do ribossomo.
Para formar uma proteína de 60 aminoácidos, por exemplo, é necessário 1 RNAm, 60 códons (cada um corresponde a um aminoácido), 180 bases nitrogenadas (cada sequência de 3 bases dá origem a um aminoácido), 1 ribossomo e 60 RNAt (cada RNAt transporta um aminoácido). Pode-se notar, então, que se trata de um processo altamente complexo, já que há a intervenção de vários agentes.

            Isso tudo é importante para o corpo, porque as proteínas tem função de Construção de novos tecidos do corpo humano; Atuam no transporte de substâncias como, por exemplo, o oxigênio; Atuam no sistema de defesa do organismo, neutralizando e combatendo vírus, bactérias e outros elementos estranhos. Vale lembrar que os anticorpos são compostos por proteínas; Agem como catalizadoras de reações químicas que ocorrem no organismo dos seres humanos. As enzimas exercem esta importante função; Estão presentes na composição de vários fluídos produzidos pelo corpo como, por exemplo, leite materno, esperma e muco; Presentes nos alimentos, quando ingeridas, fornecem energia para o corpo humano; As proteínas estruturais (tubulina, por exemplo) são responsáveis por dar resistência e elasticidade aos tecidos; Atuam na regulação de hormônios; As proteínas encontradas na membrana plasmática atuam como receptoras, emitindo sinais para que a célula possa desempenhar suas funções vitais.
As proteínas participam de praticamente todos os processos biológicos do corpo humano. Por isso, são de máxima importância para os seres vivos. 
Então mamãe, papai, vovô e vovó...não vamos deixar de comer proteínas e nem esquecer de dá para os filhos e netos, pois como vimos são bastante importantes para o desenvolvimento do nosso corpo. Até a próxima galera, e se achar interessante o post, deixe seu comentário.
·         Referências

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Absorvendo um "Bifinho"!!!

          Hum... que fruta linda! Que belo prato de macarronada! Que sorvete maravilhoso! Existem uma variedade de tipos de comida no mundo e cada pessoa tem aquelas que gosta de comer mais, mas você sabe como o que você ingere lhe mantem vivo? Como aquele belo pedaço de carne lhe fornece energia?
Os alimentos, fornecedores fundamentais da matéria plástica e energética para as células do organismo, são basicamente constituídos de carboidratos, gorduras e proteínas. Para preencher suas finalidades, esses devem sofrer primeiramente uma simplificação moléculas no trato digestivo, para assim serem melhor absorvidos. Dessa forma, no trato gastrointestinal (TGI) dos mamíferos os alimentos são enzimaticamente digeridos para que assim estejam prontos para a digestão.
O processo químico de digestão é fundamentalmente simples e os três principais nutrientes, carboidrato, lipídeos e proteínas, sofrem uma reação hidrolítica que libera seus componentes no decorrer dos vários segmentos do TGI.
As enzimas do aparelho digestivo pertencem ao grupo das hidrolases, que são enzimas capazes de clivar hidroliticamente ligações do tipo C – O e C – N que ocorrem nas macromoléculas e assim liberar seus monômeros. A representação química geral da hidrólise pode ser representada do seguinte modo:

            Nos três principais tipos de alimentos o processo básico envolvido é uma hidrólise, sendo que a única diferença presente está nos tipos de enzimas necessárias para promover as reações de hidrólise para cada tipo de alimento.
         Quando nos referimos ao ‘bifinho’ ou a carnes em geral, o nutriente que mais se relaciona é a proteína. As proteínas são formadas por múltiplos ácidos graxos que se ligam por ligações peptídicas. Em cada ligação, um íon hidroxila foi removido de um aminoácido e um íons hidrogênio foi removido do outro; assim, os aminoácidos sucessivos na cadeia de proteína liga-se também por condensação, e a digestão se dá por efeito inverso: hidrólise. Ou seja, as enzimas proteolíticas inserem de novo íons hidrogênio e hidroxila, das moléculas de água, nas moléculas de proteína, para clivagem em seus aminoácidos constituintes.


As proteínas da dieta pela digestão e subsequente absorção pelo intestino fornecem aminoácidos ao organismo que terão três destinos principais: anabolismo, catabolismo ou degradação e produção de energia. Por estas vias os aminoácidos servirão na construção e manutenção dos tecidos, formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no fornecimento de energia e na regulação de processos metabólicos. 
A digestão de proteína começa no estômago, onde as proteínas se decompõem em proteoses, peptonas e polipeptídeos grandes, e continua no intestino delgado pela ação das enzimas proteolíticas provenientes do pâncreas e da mucosa intestinal. No estômago, o pepsinogênio inativo é convertido na enzima pepsina quando ele entra em contato com o ácido hidroclorídrico e outras moléculas de pepsina por estímulo da presença do alimento. Esta enzima começa a quebra ou clivagem das proteínas dos alimentos, principalmente o colágeno, a principal proteína do tecido conjuntivo.
As proenzimas pancreáticas são ativadas pela enteroquinase do suco intestinal que transforma o tripsinogênio em tripsina por meio de uma hidrólise. Esse processo é continuado por uma ativação em cascata das outras proenzimas pancreáticas através da ação da tripsina. A tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase pancreáticas decompõem a proteína intacta e continuam a decomposição iniciada no estômago até que se formem pequenos polipeptídeos e aminoácidos.
As peptidases proteolíticas localizadas na borda em escova também atuam sobre os polipeptídeos, transformando-os em aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídios.
A fase final da digestão de proteínas ocorre na borda em escova, onde os dipeptídeos e tripeptídios são hidrolisados em seus aminoácidos constituintes pelas hidrolases peptídicas. Os peptídeos e aminoácidos absorvidos são transportados ao fígado através da veia porta. Quase toda a proteína é absorvida no momento em que atinge o final do jejuno e apenas 1% da proteína ingerida é encontrado nas fezes.
Sempre se diz,que se você quer obter proteína o caminho é comer carne e dessa forma a celebre frase: “Danoninho vale por um bifinho...” refere-se ao valor proteico dos dois. Então vimos aqui como acontece a digestão das proteínas, um nutriente que entra em nossa dieta através da ingestão se vegetais e carnes!!! 


Referências:

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006

http://www.rgnutri.com.br/sp/fisiologia/ddp.php

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Para que serve os aditivos alimentares presente nos danoninhos?


        Olá galera!!!vocês que acompanham o blog. Hoje temos uma matéria bastante interessante a respeito do nosso Danoninho, sempre pesquisando e olhando os diversos rótulos dos laticínios, o que me chamou atenção foi o uso dos aditivos alimentares. E o que seria isso? Os aditivo alimentar é todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Esta definição consta do item 1.2 da Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97. O emprego de aditivos justifica-se por razões tecnológicas, nutricionais ou sensoriais, conforme a necessidade tecnológica do uso de um aditivo é justificada sempre que proporcionar vantagens de ordem tecnológica, exceto quando estas possam ser alcançadas por processos de fabricação mais adequados ou por maiores precauções de ordem higiênica ou operacional. A segurança dos aditivos alimentares é primordial. Antes de ser autorizado o uso de um aditivo em alimentos, este deve ser submetido a uma adequada avaliação toxicológica, em que se deve levar em conta, dentre outros aspectos, qualquer efeito acumulativo, sinérgico e de proteção, decorrente do seu uso. Estas substâncias devem ser reavaliadas quando necessário, à luz do conhecimento científico disponível e caso se modifiquem suas condições de uso. Além disso, o uso dos aditivos deve ser limitado a alimentos específicos, em condições específicas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado para que a ingestão do aditivo não supere os valores de ingestão diária aceitável (IDA). É proibido o uso de aditivos em alimentos quando: Houver evidências de que o mesmo não é seguro para consumo pelo homem; Se interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento; Servir para encobrir falhas no processamento e/ou nas técnicas de manipulação; Encobrir alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produto já elaborado; Induzir o consumidor a erro, engano ou confusão; Quando não estiver autorizado por legislação específica. Quase todos os países têm suas próprias regulamentações e listas de corantes alimentares que podem ser empregados, incluindo quais os limites máximos diários de ingestão de cada substancia. Mas essa relação não é homogenia em todos os países, em alguns países, alguns aditivos são aceitos e em outros países o mesmo aditivo pode ser proibido.

            Com o aumento da substituição de alimentos in natura por alimentos processados, isso vem contribuindo de forma contundente para o empobrecimento da dieta. Consequentemente, tal fato contribui, também, para o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, responsáveis, principalmente, pelas doenças do aparelho circulatório, diabetes e neoplasias, resultado das modificações no padrão de adoecimento global na segunda metade do século XX. Além de a dieta ter sofrido modificações ao longo do tempo, a tecnologia aplicada pela indústria de alimentos com o intuito de aumentar o tempo de vida útil desses produtos tem gerado questionamentos quanto à segurança do emprego de aditivos alimentares, fundamentalmente quando se trata de corantes artificiais.

            Diversos estudos apontam reações adversas aos aditivos, quer seja aguda ou crônica, tais como reações tóxicas no metabolismo desencadeantes de alergias, de alterações no comportamento, em geral, e carcinogenicidade, esta última observada a longo prazo. E como grande consumidores desses produtos temos o público infantil, e merece destaque é o da imaturidade fisiológica, que prejudica o metabolismo e a excreção dessas substâncias.

            Estudos epidemiológicos têm apontado a relação entre a exposição a determinadas substâncias (nitratos e outros aditivos alimentares) encontradas na dieta humana e o desenvolvimento de câncer específico, tais como o de estômago, esôfago, cólon, reto, mama e ovário. A capacidade que essas substâncias apresentam de induzir danos celulares e mutação no DNA podem ser minimizadas pelo sistema de defesa natural, tanto quanto por um eficiente sistema de desintoxicação celular e reparação do DNA produzidos pelos organismos animal e humano, em condições favoráveis.

            Outro achado importante que pode estar relacionado com o consumo de aditivos alimentares é o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, estudo como os realizados por Boris & Mandel, mostrou o papel dos corantes e conservadores artificiais no aparecimento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Através de uma dieta de exclusão, os sintomas desapareceram. Crianças atópicas com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade tiveram uma resposta benéfica mais significativa com a dieta de eliminação do que as crianças não atópicas.

            Vários aditivos podem induzir a hipersensibilidade, como à urticária e angioedema em indivíduos suscetíveis. Com o intuito de alertar sobre a composição dos nossos alimentos em que muito não se sabe a respeito dos efeitos do uso prolongado associado a uma quantidade máxima diária, isso me preocupa muito, uma vez que estamos cada vez mais refém dos alimentos industrializados em geral.

            O nosso querido Danoninho (que vale por um bifinho), tem vários aditivos alimentares que serve para dar cor, aroma, conservantes e substancias para deixar com uma textura gelatinosa. Por isso não só os laticínios mais os produtos industrializados devemos consumir com cautela, pois as consequências ainda não são bem evidentes. 


Então, pessoal vamos ficar com o faro aguçado, e não vamos exagerar nos produtos processados, quando possível vamos sempre dá preferência aos alimentos naturais que estão mais livres de conservantes, corante, estabilizantes entre outros aditivos. Pois é galera!!! até a nossa próxima postagem e não deixem de comentar e expressar suas opiniões a respeito do assunto.  

Referências


sexta-feira, 1 de maio de 2015

O que seria uma Alimentação Saudável?



Nas postagens anteriores temos mostrado informações nutricionais sobre o conhecido produto comercial Danoninho e sobre um importante componente de nossa dieta, a carne. Temos buscado, a partir de tais informações, compará-los com o objetivo de saber se realmente poderíamos substituir a carne por um Danoninho.

Buscando complementar um pouco mais nossos conhecimentos sobre alimentação surgiu o questionamento: Mas o que poderia ser considerada uma alimentação saudável? Quais os parâmetro que estamos tomando para podermos compará-los?


PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Ter hábitos alimentares saudáveis não significa fazer uma alimentação restritiva ou monótona. Pelo contrário, um dos pilares fundamentais para uma alimentação saudável é a variedade. Quanto mais variada for a sua seleção alimentar, melhor!

Diferentes alimentos contribuem com diferentes nutrientes o que, potencialmente, enriquece o dia alimentar de cada pessoa.

Ao optar por hábitos alimentares mais saudáveis, não é preciso abdicar daqueles alimentos menos saudáveis de que tanto gostamos. O importante é que o consumo desses alimentos constitua a exceção e não a regra do seu dia a dia alimentar.

Produtos hortícolas, frutos, cereais e leguminosas são alimentos ricos em fibra, vitaminas, sais minerais e com baixo teor de gordura, por isso devem ser os “alimentos base” do seu quotidiano. Isto é, a maior parte das calorias que consome diariamente deve ser proveniente destes alimentos de origem vegetal.

Fazer uma alimentação saudável deve ser encarado como uma oportunidade para expandir o seu leque de escolhas e experimentar novos pratos, deste modo enriquece os seus hábitos alimentares e evita que a sua alimentação se torne rotineira e monótona.

A alimentação, entre muitas outras funções:
- Assegura a sobrevivência do ser humano;
- Fornece energia e nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo;
- Contribui para a manutenção do nosso estado de saúde físico e mental;
- Desempenha um papel fundamental na prevenção de certas doenças (ex.: obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, certos tipo de cancro, etc.);
- Contribui para o adequado crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Os nutrientes resultantes da decomposição dos alimentos ingeridos, dependendo das suas propriedades e características, podem-se agrupar em:
hidratos de carbono, gorduras, proteínas, fibras, vitaminas, sais minerais e água.
Os  hidratos de carbono, as proteínas e as gorduras são os nutrientes que fornecem energia.
Esta pode expressar-se em Kilocalorias, vulgarmente denominadas de calorias. 

OS NUTRIENTES

Os hidratos de carbono devem ser a nossa principal fonte de energia. Os principais fornecedores de hidratos de carbono são os alimentos de origem vegetal: pão, massa, arroz, batatas, cereais (trigo, aveia, etc.), feijão, grão, ervilhas, etc.

De origem animal, apenas o leite e o iogurte fornecem hidratos de carbono em quantidade significativa.  O açúcar simples (açúcar de cana simples ou adicionado a refrigerantes, produtos de pastelaria e confeitaria, rebuçados, gomas, chocolates, sobremesas doces, marmeladas, etc.) é um tipo de hidrato de carbono que, pelos seus efeitos prejudicais à saúde, deve ser consumido com regra e muita moderação.

As proteínas são nutrientes plásticos fundamentais, isto é, o nosso organismo utiliza as proteínas que consumimos para a construção de órgãos, músculos, pele, cabelo e muitos outros compostos. Os principais fornecedores alimentares de proteínas são de origem animal: peixe, carne, ovo, leite, queijo e iogurte.

Existem alguns alimentos de origem vegetal que também fornecem quantidades significativas de proteínas (ex.: feijão, grão), não tão “completas”, mas que dão um contribuo importante para a ração proteica diária, diminuindo assim as necessidades em proteínas provenientes de alimentos de origem animal. O nosso organismo não precisa de quantidades exageradas de proteínas, pois o excesso, a ser aproveitado, é usado na constituição de reservas de gordura.

A gordura é um nutriente necessário, mas o seu consumo deve ser cuidadoso, pois em excesso é um dos fatores que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, determinados tipos de cancro, entre outras. Existem na nossa alimentação diferentes tipos de gorduras: saturadas, monoinsaturadas, polinsaturadas, colesterol, etc.

As gorduras saturadas e o colesterol existem principalmente nos alimentos de origem animal (carne, banha, manteiga, toucinho, produtos de salsicharia, etc.). O principal fornecedor de gorduras monoinsaturadas é o azeite, e como a gordura monoinsaturada é a que melhor se adapta às necessidades do nosso organismo, o consumo de azeite deve ser sempre privilegiado em relação às outras gorduras.

As gorduras polinsaturadas existem principalmente em alimentos de origem vegetal (ex.: óleo de amendoim, óleo de girassol, margarinas, nozes, amêndoas, etc.) e na gordura do peixe.

No seu dia alimentar deve procurar reduzir o consumo de gorduras saturadas e colesterol, favorecendo sempre as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas. As fibras alimentares, caracterizam-se por serem um conjunto de substâncias existentes nos alimentos de origem vegetal, que o organismo não consegue digerir e que, portanto, não são absorvidas.
Atuam no processo digestivo, contribuindo para um bom trânsito intestinal.

Um baixo consumo de fibras está relacionado com o aparecimento de certas doenças, como a constipação (prisão de ventre), hemorroidas, obesidade, diabetes, diminuição da absorção do colesterol alimentar ao nível do intestino, etc.

Como contribuem para o aumento da velocidade do trânsito intestinal, diminuem a exposição da parede do cólon a agentes potencialmente carcinogênicos, o que diminui o risco de cancro do cólon. 

As vitaminas e os sais minerais são micronutrientes reguladores, ou seja, apesar de não nos fornecerem energia (calorias), são indispensáveis para a nossa saúde, ativando, facilitando e regulando quase todas as reações bioquímicas que têm lugar no nosso organismo.

A água é fundamental para a nossa sobrevivência e para a manutenção do nosso estado de saúde. Cerca de 70% do nosso corpo é constituído por água, daí que seja importante não descuidar as quantidades de água que se bebem.

Qual a quantidade de água aconselhada? Deve beber água suficiente para que a sua urina seja abundante, clara e inodora (sem cheiro).

Algumas consequências de um baixo consumo de água são: constipação (prisão de ventre), problemas renais (o funcionamento dos rins fica dificultado, aumenta o risco de infecções urinárias, etc.), hipertensão arterial, a sua pele fica com pior aparência (pode ficar mais áspera e seca envelhecendo mais rapidamente), maior risco de aparecimento de celulite, cabelos secos e sem brilho, desidratação, que em casos extremos, pode levar à morte.

Relativamente às bebidas alcoólicas, é de salientar que, apesar de não ser um nutriente, o álcool fornece calorias (1g de álcool fornece cerca de 7 calorias). Se for um adulto saudável, quando consumir bebidas alcoólicas faça-o às refeições e com muita moderação, tendo em atenção que estas contribuem para o aumento do total de calorias que consome diariamente. Mulheres grávidas e a amamentar, crianças, adolescentes e jovens, com menos de 17 anos, não devem consumir qualquer porção de bebidas alcoólicas.

Referências:
Direção geral da Saúde, Ministério da Saúde. Princípios para uma Alimentação Saudável. Vanessa Candeias; Emília Nunes, Cecília Morais, Manuela Cabral, Pedro Ribeiro da Silva 

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