Nas postagens anteriores temos mostrado informações nutricionais sobre o conhecido produto
comercial Danoninho e sobre um importante componente de nossa dieta, a carne.
Temos buscado, a partir de tais informações, compará-los com o objetivo de saber
se realmente poderíamos substituir a carne por um Danoninho.
Buscando
complementar um pouco mais nossos conhecimentos sobre alimentação surgiu o
questionamento: Mas o que poderia ser considerada uma alimentação saudável? Quais
os parâmetro que estamos tomando para podermos compará-los?
PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Ter hábitos
alimentares saudáveis não significa fazer uma alimentação restritiva ou
monótona. Pelo contrário, um dos pilares fundamentais para uma alimentação
saudável é a variedade. Quanto mais variada for a sua seleção alimentar,
melhor!
Diferentes alimentos
contribuem com diferentes nutrientes o que, potencialmente, enriquece o dia
alimentar de cada pessoa.
Ao optar por
hábitos alimentares mais saudáveis, não é preciso abdicar daqueles alimentos
menos saudáveis de que tanto gostamos. O importante é que o consumo desses alimentos
constitua a exceção e não a regra do seu dia a dia alimentar.
Produtos
hortícolas, frutos, cereais e leguminosas são alimentos ricos em fibra,
vitaminas, sais minerais e com baixo teor de gordura, por isso devem ser os “alimentos
base” do seu quotidiano. Isto é, a maior parte das calorias que consome
diariamente deve ser proveniente destes alimentos de origem vegetal.
Fazer uma
alimentação saudável deve ser encarado como uma oportunidade para expandir o
seu leque de escolhas e experimentar novos pratos, deste modo enriquece os seus
hábitos alimentares e evita que a sua alimentação se torne rotineira e
monótona.
A
alimentação, entre muitas outras funções:
- Assegura a
sobrevivência do ser humano;
- Fornece
energia e nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo;
- Contribui
para a manutenção do nosso estado de saúde físico e mental;
- Desempenha
um papel fundamental na prevenção de certas doenças (ex.: obesidade, doenças
cardiovasculares, diabetes, certos tipo de cancro, etc.);
- Contribui
para o adequado crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes.
Os
nutrientes resultantes da decomposição dos alimentos
ingeridos, dependendo das suas propriedades e características, podem-se agrupar
em:
hidratos de
carbono, gorduras, proteínas, fibras, vitaminas, sais minerais e água.
Os hidratos de carbono, as proteínas e as
gorduras são os nutrientes que fornecem energia.
Esta pode
expressar-se em Kilocalorias, vulgarmente denominadas de calorias.
Os hidratos
de carbono devem ser a nossa principal fonte de energia. Os principais fornecedores
de hidratos de carbono são os alimentos de origem vegetal: pão, massa, arroz, batatas,
cereais (trigo, aveia, etc.), feijão, grão, ervilhas, etc.
De origem
animal, apenas o leite e o iogurte fornecem hidratos de carbono em quantidade
significativa. O açúcar simples (açúcar
de cana simples ou adicionado a refrigerantes, produtos de pastelaria e
confeitaria, rebuçados, gomas, chocolates, sobremesas doces, marmeladas, etc.)
é um tipo de hidrato de carbono que, pelos seus efeitos prejudicais à saúde,
deve ser consumido com regra e muita moderação.
As proteínas
são nutrientes plásticos fundamentais, isto é, o nosso organismo utiliza as
proteínas que consumimos para a construção de órgãos, músculos, pele, cabelo e muitos
outros compostos. Os principais fornecedores alimentares de proteínas são de origem
animal: peixe, carne, ovo, leite, queijo e iogurte.
Existem
alguns alimentos de origem vegetal que também fornecem quantidades
significativas de proteínas (ex.: feijão, grão), não tão “completas”, mas que
dão um contribuo importante para a ração proteica diária, diminuindo assim as necessidades
em proteínas provenientes de alimentos de origem animal. O nosso organismo não
precisa de quantidades exageradas de proteínas, pois o excesso, a ser
aproveitado, é usado na constituição de reservas de gordura.
A gordura é
um nutriente necessário, mas o seu consumo deve ser cuidadoso, pois em excesso
é um dos fatores que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, determinados
tipos de cancro, entre outras. Existem na
nossa alimentação diferentes tipos de gorduras: saturadas, monoinsaturadas, polinsaturadas,
colesterol, etc.
As gorduras
saturadas e o colesterol existem principalmente nos alimentos de origem animal
(carne, banha, manteiga, toucinho, produtos de salsicharia, etc.). O principal
fornecedor de gorduras monoinsaturadas é o azeite, e como a gordura
monoinsaturada é a que melhor se adapta às necessidades do nosso organismo, o
consumo de azeite deve ser sempre privilegiado em relação às outras gorduras.
As gorduras
polinsaturadas existem principalmente em alimentos de origem vegetal (ex.: óleo
de amendoim, óleo de girassol, margarinas, nozes, amêndoas, etc.) e na gordura
do peixe.
No seu dia
alimentar deve procurar reduzir o consumo de gorduras saturadas e colesterol,
favorecendo sempre as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas. As fibras
alimentares, caracterizam-se por serem um conjunto de substâncias existentes
nos alimentos de origem vegetal, que o organismo não consegue digerir e que,
portanto, não são absorvidas.
Atuam no
processo digestivo, contribuindo para um bom trânsito intestinal.
Um baixo
consumo de fibras está relacionado com o aparecimento de certas doenças, como a constipação (prisão de ventre), hemorroidas, obesidade, diabetes, diminuição da absorção do
colesterol alimentar ao nível do intestino, etc.
Como
contribuem para o aumento da velocidade do trânsito intestinal, diminuem a
exposição da parede do cólon a agentes potencialmente carcinogênicos, o que diminui
o risco de cancro do cólon.
As vitaminas
e os sais minerais são micronutrientes reguladores, ou seja, apesar de não nos
fornecerem energia (calorias), são indispensáveis para a nossa saúde,
ativando, facilitando e regulando quase todas as reações bioquímicas que têm lugar
no nosso organismo.
A água é
fundamental para a nossa sobrevivência e para a manutenção do nosso estado de
saúde. Cerca de 70% do nosso corpo é constituído por água, daí que seja
importante não descuidar as quantidades de água que se bebem.
Qual a
quantidade de água aconselhada? Deve beber água suficiente para que a sua urina
seja abundante, clara e inodora (sem cheiro).
Algumas
consequências de um baixo consumo de água são: constipação (prisão de ventre),
problemas renais (o funcionamento dos rins fica dificultado, aumenta o risco de
infecções urinárias, etc.), hipertensão arterial, a sua pele fica com pior
aparência (pode ficar mais áspera e seca envelhecendo mais rapidamente), maior
risco de aparecimento de celulite, cabelos secos e sem brilho, desidratação,
que em casos extremos, pode levar à morte.
Relativamente
às bebidas alcoólicas, é de salientar que, apesar de não ser um nutriente, o
álcool fornece calorias (1g de álcool fornece cerca de 7 calorias). Se for um
adulto saudável, quando consumir bebidas alcoólicas faça-o às refeições e com muita
moderação, tendo em atenção que estas contribuem para o aumento do total de
calorias que consome diariamente. Mulheres grávidas e a amamentar, crianças, adolescentes
e jovens, com menos de 17 anos, não devem consumir qualquer porção de bebidas
alcoólicas.
Referências:
Direção geral da Saúde, Ministério da Saúde. Princípios para uma Alimentação Saudável. Vanessa Candeias; Emília Nunes, Cecília Morais, Manuela Cabral, Pedro Ribeiro da Silva
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