terça-feira, 12 de maio de 2015

Absorvendo um "Bifinho"!!!

          Hum... que fruta linda! Que belo prato de macarronada! Que sorvete maravilhoso! Existem uma variedade de tipos de comida no mundo e cada pessoa tem aquelas que gosta de comer mais, mas você sabe como o que você ingere lhe mantem vivo? Como aquele belo pedaço de carne lhe fornece energia?
Os alimentos, fornecedores fundamentais da matéria plástica e energética para as células do organismo, são basicamente constituídos de carboidratos, gorduras e proteínas. Para preencher suas finalidades, esses devem sofrer primeiramente uma simplificação moléculas no trato digestivo, para assim serem melhor absorvidos. Dessa forma, no trato gastrointestinal (TGI) dos mamíferos os alimentos são enzimaticamente digeridos para que assim estejam prontos para a digestão.
O processo químico de digestão é fundamentalmente simples e os três principais nutrientes, carboidrato, lipídeos e proteínas, sofrem uma reação hidrolítica que libera seus componentes no decorrer dos vários segmentos do TGI.
As enzimas do aparelho digestivo pertencem ao grupo das hidrolases, que são enzimas capazes de clivar hidroliticamente ligações do tipo C – O e C – N que ocorrem nas macromoléculas e assim liberar seus monômeros. A representação química geral da hidrólise pode ser representada do seguinte modo:

            Nos três principais tipos de alimentos o processo básico envolvido é uma hidrólise, sendo que a única diferença presente está nos tipos de enzimas necessárias para promover as reações de hidrólise para cada tipo de alimento.
         Quando nos referimos ao ‘bifinho’ ou a carnes em geral, o nutriente que mais se relaciona é a proteína. As proteínas são formadas por múltiplos ácidos graxos que se ligam por ligações peptídicas. Em cada ligação, um íon hidroxila foi removido de um aminoácido e um íons hidrogênio foi removido do outro; assim, os aminoácidos sucessivos na cadeia de proteína liga-se também por condensação, e a digestão se dá por efeito inverso: hidrólise. Ou seja, as enzimas proteolíticas inserem de novo íons hidrogênio e hidroxila, das moléculas de água, nas moléculas de proteína, para clivagem em seus aminoácidos constituintes.


As proteínas da dieta pela digestão e subsequente absorção pelo intestino fornecem aminoácidos ao organismo que terão três destinos principais: anabolismo, catabolismo ou degradação e produção de energia. Por estas vias os aminoácidos servirão na construção e manutenção dos tecidos, formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no fornecimento de energia e na regulação de processos metabólicos. 
A digestão de proteína começa no estômago, onde as proteínas se decompõem em proteoses, peptonas e polipeptídeos grandes, e continua no intestino delgado pela ação das enzimas proteolíticas provenientes do pâncreas e da mucosa intestinal. No estômago, o pepsinogênio inativo é convertido na enzima pepsina quando ele entra em contato com o ácido hidroclorídrico e outras moléculas de pepsina por estímulo da presença do alimento. Esta enzima começa a quebra ou clivagem das proteínas dos alimentos, principalmente o colágeno, a principal proteína do tecido conjuntivo.
As proenzimas pancreáticas são ativadas pela enteroquinase do suco intestinal que transforma o tripsinogênio em tripsina por meio de uma hidrólise. Esse processo é continuado por uma ativação em cascata das outras proenzimas pancreáticas através da ação da tripsina. A tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase pancreáticas decompõem a proteína intacta e continuam a decomposição iniciada no estômago até que se formem pequenos polipeptídeos e aminoácidos.
As peptidases proteolíticas localizadas na borda em escova também atuam sobre os polipeptídeos, transformando-os em aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídios.
A fase final da digestão de proteínas ocorre na borda em escova, onde os dipeptídeos e tripeptídios são hidrolisados em seus aminoácidos constituintes pelas hidrolases peptídicas. Os peptídeos e aminoácidos absorvidos são transportados ao fígado através da veia porta. Quase toda a proteína é absorvida no momento em que atinge o final do jejuno e apenas 1% da proteína ingerida é encontrado nas fezes.
Sempre se diz,que se você quer obter proteína o caminho é comer carne e dessa forma a celebre frase: “Danoninho vale por um bifinho...” refere-se ao valor proteico dos dois. Então vimos aqui como acontece a digestão das proteínas, um nutriente que entra em nossa dieta através da ingestão se vegetais e carnes!!! 


Referências:

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006

http://www.rgnutri.com.br/sp/fisiologia/ddp.php

4 comentários:

  1. Ótimo post, pessoal! Resolvi só complementar o que vocês falaram sobre absorção proteica. Um fator importante na absorção das proteínas é a sua digestibilidade, que é a diferença entre os aminoácidos consumidos e os excretados nas fezes. Em geral, as proteínas que são de origem animal têm digestibilidade de cerca de 90 a 95%. Já as proteínas de origem vegetal têm digestibilidade menor: de 67 a 82%, em geral. A necessidade dietética dos seres humanos é de, sobretudo, aminoácidos essenciais (como leucina, isoleucina e valina). E a presença de proteínas na urina, por exemplo, indica um processo patológico.

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  2. GRUPO L

    Muito interessante! É importante ressaltar também que a ação de muitas enzimas depende do ph do meio. A manutenção do pH adequado nas diferentes partes do trato gastrointestinal é crucial para o processo digestivo. As pepsinas, por exemplo, são secretadas como proenzimas inativas denominadas pepsinogênio, presentes nos grânulos de zimogênio nas células principais. Quanto menor o pH do meio mais rápida é a conversão do pepsinogênio em pepsina.

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  3. Grupo M
    À nível celular, quase todos os aminoácidos são absorvidos por proteínas transmembrana simportadoras de Na+ e aminoácidos nos enterócitos, que são células epiteliais localizadas no intestino. O simporte depende da bomba Na+K+ATPase, pois o sódio, que entra na célula através daquele mecanismo, sai por meio dessa bomba, garantindo o controle da concentração desse íon. Na parte basolateral dos enterocitos existe uma proteína trasmembrana, canal, que age através de transporte facilitado, retirando os aminoácidos de dentro da célula e enviando para a veia porta, que levará esses resíduos proteicos até o fígado. No fígado, ocorrerá uma série de transformações bioquímicas e os aminoácidos serão transformados em proteínas e distribuídos para as outras células do corpo.

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  4. Grupo M
    À nível celular, quase todos os aminoácidos são absorvidos por proteínas transmembrana simportadoras de Na+ e aminoácidos nos enterócitos, que são células epiteliais localizadas no intestino. O simporte depende da bomba Na+K+ATPase, pois o sódio, que entra na célula através daquele mecanismo, sai por meio dessa bomba, garantindo o controle da concentração desse íon. Na parte basolateral dos enterocitos existe uma proteína trasmembrana, canal, que age através de transporte facilitado, retirando os aminoácidos de dentro da célula e enviando para a veia porta, que levará esses resíduos proteicos até o fígado. No fígado, ocorrerá uma série de transformações bioquímicas e os aminoácidos serão transformados em proteínas e distribuídos para as outras células do corpo.

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