Hum... que fruta linda! Que
belo prato de macarronada! Que sorvete maravilhoso! Existem uma variedade de
tipos de comida no mundo e cada pessoa tem aquelas que gosta de comer mais, mas
você sabe como o que você ingere lhe mantem vivo? Como aquele belo pedaço de
carne lhe fornece energia?
Os alimentos, fornecedores fundamentais da matéria plástica
e energética para as células do organismo, são basicamente constituídos de
carboidratos, gorduras e proteínas. Para preencher suas finalidades, esses
devem sofrer primeiramente uma simplificação moléculas no
trato digestivo, para assim serem melhor absorvidos. Dessa forma, no trato
gastrointestinal (TGI) dos mamíferos os alimentos são enzimaticamente digeridos
para que assim estejam prontos para a digestão.
O processo químico de
digestão é fundamentalmente simples e os três principais nutrientes,
carboidrato, lipídeos e proteínas, sofrem uma reação hidrolítica que libera
seus componentes no decorrer dos vários segmentos do TGI.
As enzimas do aparelho
digestivo pertencem ao grupo das hidrolases, que são enzimas capazes de clivar
hidroliticamente ligações do tipo C – O e C – N que ocorrem nas macromoléculas
e assim liberar seus monômeros. A representação química geral da hidrólise pode
ser representada do seguinte modo:
Nos três principais tipos de alimentos o processo básico
envolvido é uma hidrólise, sendo que a única diferença presente está nos tipos
de enzimas necessárias para promover as reações de hidrólise para cada tipo de
alimento.
Quando nos referimos ao ‘bifinho’ ou a carnes em geral, o
nutriente que mais se relaciona é a proteína. As proteínas são formadas por
múltiplos ácidos graxos que se ligam por ligações peptídicas. Em cada ligação,
um íon hidroxila foi removido de um aminoácido e um íons hidrogênio foi removido
do outro; assim, os aminoácidos sucessivos na cadeia de proteína liga-se também
por condensação, e a digestão se dá por efeito inverso: hidrólise. Ou seja, as
enzimas proteolíticas inserem de novo íons hidrogênio e hidroxila, das moléculas de
água, nas moléculas de proteína, para clivagem em seus aminoácidos
constituintes.
As proteínas da dieta pela digestão e
subsequente absorção pelo intestino fornecem aminoácidos ao organismo que terão
três destinos principais: anabolismo, catabolismo ou degradação e produção de
energia. Por estas vias os aminoácidos servirão na construção e manutenção dos
tecidos, formação de enzimas, hormônios, anticorpos, no fornecimento de energia
e na regulação de processos metabólicos.
A digestão de proteína começa no estômago,
onde as proteínas se decompõem em proteoses, peptonas e polipeptídeos grandes,
e continua no intestino delgado pela ação das enzimas proteolíticas
provenientes do pâncreas e da mucosa intestinal. No estômago, o pepsinogênio
inativo é convertido na enzima pepsina quando ele entra em contato com o ácido
hidroclorídrico e outras moléculas de pepsina por estímulo da presença do
alimento. Esta enzima começa a quebra ou clivagem das proteínas dos alimentos,
principalmente o colágeno, a principal proteína do tecido conjuntivo.
As proenzimas pancreáticas são ativadas
pela enteroquinase do suco intestinal que transforma o tripsinogênio em
tripsina por meio de uma hidrólise. Esse processo é continuado por uma ativação
em cascata das outras proenzimas pancreáticas através da ação da tripsina. A
tripsina, quimiotripsina e carboxipolipeptidase pancreáticas decompõem a
proteína intacta e continuam a decomposição iniciada no estômago até que se
formem pequenos polipeptídeos e aminoácidos.
As peptidases proteolíticas localizadas na
borda em escova também atuam sobre os polipeptídeos, transformando-os em
aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídios.
A fase final da digestão de proteínas
ocorre na borda em escova, onde os dipeptídeos e tripeptídios são hidrolisados
em seus aminoácidos constituintes pelas hidrolases peptídicas. Os peptídeos e
aminoácidos absorvidos são transportados ao fígado através da veia porta. Quase
toda a proteína é absorvida no momento em que atinge o final do jejuno e apenas
1% da proteína ingerida é encontrado nas fezes.
Sempre se diz,que
se você quer obter proteína o caminho é comer carne e dessa forma a celebre
frase: “Danoninho vale por um bifinho...” refere-se ao valor proteico dos dois. Então vimos aqui como acontece a digestão das proteínas, um nutriente que entra em
nossa dieta através da ingestão se vegetais e carnes!!!
Referências:
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de
fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006
http://www.rgnutri.com.br/sp/fisiologia/ddp.php
Ótimo post, pessoal! Resolvi só complementar o que vocês falaram sobre absorção proteica. Um fator importante na absorção das proteínas é a sua digestibilidade, que é a diferença entre os aminoácidos consumidos e os excretados nas fezes. Em geral, as proteínas que são de origem animal têm digestibilidade de cerca de 90 a 95%. Já as proteínas de origem vegetal têm digestibilidade menor: de 67 a 82%, em geral. A necessidade dietética dos seres humanos é de, sobretudo, aminoácidos essenciais (como leucina, isoleucina e valina). E a presença de proteínas na urina, por exemplo, indica um processo patológico.
ResponderExcluirGRUPO L
ResponderExcluirMuito interessante! É importante ressaltar também que a ação de muitas enzimas depende do ph do meio. A manutenção do pH adequado nas diferentes partes do trato gastrointestinal é crucial para o processo digestivo. As pepsinas, por exemplo, são secretadas como proenzimas inativas denominadas pepsinogênio, presentes nos grânulos de zimogênio nas células principais. Quanto menor o pH do meio mais rápida é a conversão do pepsinogênio em pepsina.
Grupo M
ResponderExcluirÀ nível celular, quase todos os aminoácidos são absorvidos por proteínas transmembrana simportadoras de Na+ e aminoácidos nos enterócitos, que são células epiteliais localizadas no intestino. O simporte depende da bomba Na+K+ATPase, pois o sódio, que entra na célula através daquele mecanismo, sai por meio dessa bomba, garantindo o controle da concentração desse íon. Na parte basolateral dos enterocitos existe uma proteína trasmembrana, canal, que age através de transporte facilitado, retirando os aminoácidos de dentro da célula e enviando para a veia porta, que levará esses resíduos proteicos até o fígado. No fígado, ocorrerá uma série de transformações bioquímicas e os aminoácidos serão transformados em proteínas e distribuídos para as outras células do corpo.
Grupo M
ResponderExcluirÀ nível celular, quase todos os aminoácidos são absorvidos por proteínas transmembrana simportadoras de Na+ e aminoácidos nos enterócitos, que são células epiteliais localizadas no intestino. O simporte depende da bomba Na+K+ATPase, pois o sódio, que entra na célula através daquele mecanismo, sai por meio dessa bomba, garantindo o controle da concentração desse íon. Na parte basolateral dos enterocitos existe uma proteína trasmembrana, canal, que age através de transporte facilitado, retirando os aminoácidos de dentro da célula e enviando para a veia porta, que levará esses resíduos proteicos até o fígado. No fígado, ocorrerá uma série de transformações bioquímicas e os aminoácidos serão transformados em proteínas e distribuídos para as outras células do corpo.