sábado, 23 de maio de 2015

Ação do Bifinho no Organismo


“- Humm, vixiii mamãe como esse bifinho esta gostoso!!!”
Após seu filho comer aquele delicioso bifinho de panela, vimos no post anterior, que para ele ser digerido e absorvido, vai exigir varias vias ioquímicas. No entanto, você consegue explicar para seu filho qual a importância de comer o bifinho?
Então galera, iremos elucidar os principais beneficio que um bifinho pode trazer para o corpo humano.  Como sabemos as carnes são alimentos ricos em proteínas e essas proteínas são formadas de aminoácidos que são substâncias essenciais para a síntese proteica do organismo.
Uma vez no sangue, os aminoácidos são distribuídos para células de todo nosso corpo, sobretudo pelo fígado. Por conseguinte, quase nunca ocorre acúmulo de grandes concentrações de aminoácidos no sangue circulante e nos líquidos teciduais. Todavia, a intensidade de renovação dos aminoácidos é tão rápida, que muitos gramas de proteínas podem ser transportados de uma parte do corpo a outra sob a forma de aminoácidos, a cada hora.
Quase imediatamente a entrada de aminoácidos na célula, os aminoácidos entra na via de síntese proteica. Que ocorre em três etapas.
1º. Transcrição
A mensagem contida no cístron (porção do DNA que contém a informação genética necessária à síntese proteica) é transcrita pelo RNA mensageiro (RNAm). Nesse processo, as bases pareiam-se: a adenina do DNA se liga à uracila do RNA, a timina do DNA com a adenina do RNA, a citosina do DNA com a guanina do RNA, e assim sucessivamente, havendo a intervenção da enzima RNA-polimerase. A sequencia de 3 bases nitrogenadas de RNAm, forma o códon, responsável pela codificação dos aminoácidos. Dessa forma, a molécula de RNAm replica a mensagem do DNA, migra do núcleo para os ribossomos, atravessando os poros da membrana plasmática e forma um molde para a síntese proteica.
2º. Ativação de aminoácidos
Nessa etapa, atua o RNA transportador (RNAt), que leva os aminoácidos dispersos no citoplasma, provenientes da digestão, até os ribossomos. Numa das regiões do RNAt está o anticódon, uma sequência de 3 bases complementares ao códon de RNAm. A ativação dos aminoácidos é dada por enzimas específicas, que se unem ao RNA transportador, que forma o complexo aa-RNAt, dando origem ao anticódon, um trio de códons complementar aos códons do RNAm. Para que esse processo ocorra é preciso haver energia, que é fornecida pelo ATP.
3º. Tradução
Na fase de tradução, a mensagem contida no RNAm é decodificada e o ribossomo a utiliza para sintetizar a proteína de acordo com a informação dada.
Os ribossomos são formados por duas subunidades. Na subunidade menor, ele faz ligação ao RNAm, na subunidade maior há dois sítios (1 e 2), em que cada um desses sítios podem se unir a duas moléculas de RNAt. Uma enzima presente na subunidade maior realiza a ligação peptídica entre os aminoácidos, o RNA transportador volta ao citoplasma para se unir a outro aminoácido. E assim, o ribossomo vai percorrendo o RNAm e provocando a ligação entre os aminoácidos.
O fim do processo se dá quando o ribossomo passa por um códon de terminação e nenhum RNAt entra no ribossomo, por não terem mais sequencias complementares aos códons de terminação. Então, o ribossomo se solta do RNAm, a proteína específica é formada e liberada do ribossomo.
Para formar uma proteína de 60 aminoácidos, por exemplo, é necessário 1 RNAm, 60 códons (cada um corresponde a um aminoácido), 180 bases nitrogenadas (cada sequência de 3 bases dá origem a um aminoácido), 1 ribossomo e 60 RNAt (cada RNAt transporta um aminoácido). Pode-se notar, então, que se trata de um processo altamente complexo, já que há a intervenção de vários agentes.

            Isso tudo é importante para o corpo, porque as proteínas tem função de Construção de novos tecidos do corpo humano; Atuam no transporte de substâncias como, por exemplo, o oxigênio; Atuam no sistema de defesa do organismo, neutralizando e combatendo vírus, bactérias e outros elementos estranhos. Vale lembrar que os anticorpos são compostos por proteínas; Agem como catalizadoras de reações químicas que ocorrem no organismo dos seres humanos. As enzimas exercem esta importante função; Estão presentes na composição de vários fluídos produzidos pelo corpo como, por exemplo, leite materno, esperma e muco; Presentes nos alimentos, quando ingeridas, fornecem energia para o corpo humano; As proteínas estruturais (tubulina, por exemplo) são responsáveis por dar resistência e elasticidade aos tecidos; Atuam na regulação de hormônios; As proteínas encontradas na membrana plasmática atuam como receptoras, emitindo sinais para que a célula possa desempenhar suas funções vitais.
As proteínas participam de praticamente todos os processos biológicos do corpo humano. Por isso, são de máxima importância para os seres vivos. 
Então mamãe, papai, vovô e vovó...não vamos deixar de comer proteínas e nem esquecer de dá para os filhos e netos, pois como vimos são bastante importantes para o desenvolvimento do nosso corpo. Até a próxima galera, e se achar interessante o post, deixe seu comentário.
·         Referências

GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 

3 comentários:

  1. GRUPO L
    Muito importante abordar como o bifinho age no organismo. Apesar de ser um processo complexo vocês conseguiram sintetizar bem e deixaram a leitura bem dinâmica. O “bifinho” tem como principal componente as proteínas, que são cadeias de ácidos aminados - compostos orgânicos com agrupamentos COOH e um radical NH2. Dos 20 aminoácidos necessários para produzir proteínas no organismo, alguns não podem ser sintetizados pelo organismo, apesar de indispensáveis para seu funcionamento, sendo denominados "essenciais”. Eles são a metionina, a tirosina, o triptofano, a lisina, a leucina, a isoleucina, a fenilalanina e a valina. Dessa forma, esses aminoácidos e os demais não essenciais são obtidos na ingestão do bifinho e daí vem uma das importâncias de se comer o tal bifinho. Após ser digerido, o bifinho é convertido em aminoácidos que são absorvidos e vão para as células onde serão recrutados para a síntese proteica conforme o mecanismo complexo descrito no post de vocês. Um ponto que não foi abordado e que merece ser evidenciado é o processamento que o RNA mensageiro sofre após o termino da transcrição. Esse processo ocorre no núcleo e é de fundamental importância para a síntese proteica. Primeiramente, é adicionado um cap 5’ (resíduo de 7 – metilguanosina) na extremidade 5’ , depois uma cauda de poli A (80 a 250 resíduos de adenina) na extremidade 3’ do RNA mensageiro para proteger o mesmo conta a destruição de enzimas e deixar a molécula apta à tradução. Além disso, ocorre um “processamento interno” que é o splicing ou a retirada dos íntrons que são partes do RNA que não codificam proteínas. Assim, após o término desse processo o RNA mensageiro fica pronto para ser traduzido e vai para o citoplasma da célula, onde ocorre o processo.
    REFERÊNCIA
    LEHNINGER, Albert Lester et. al. Lehninger princípios de bioquímica. 3 ed. São Paulo, 2002.

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  2. Grupo M
    Como já relatado na publicação as proteínas possuem inúmeras funções, e a partir da absorção de aminoácidos pelos enterócitos, irá ocorrer a síntese proteica e esses proteínas irão ser utilizadas por todos os tecidos. Os aminoácidos provenientes do “bifinho”, vão desempenhar várias funções através das proteínas, tais como: adesão, para garantir a estabilidade dos tecidos; transporte, como a hemoglobina, distribuindo nutrientes; reconhecimento, identificando células corporais e antígenos; receptores de membrana, para o funcionamento adequado do metabolismo corporal; canais de membrana, que irá contribuir para o metabolismo celular e funções celulares específicas, como contração muscular e impulso nervoso; enzimática, agindo no aumento da velocidade de reações bioquímicas; ancoragem, para dar a estrutura física da célula, como no citoesqueleto.

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  3. Postagem super relevante, pessoal! Entretanto, tão importante quanto mostrar como as proteínas são produzidas é entender sua excreção do organismo. Para isso, vale lembrar que elas estão em constante produção e degradação no corpo e diferentemente de carboidratos e lipídios, os aminoácidos (monômeros das proteínas) não podem ser armazenados, sendo então, oxidados e excretados, em mamíferos, na forma de ureia. Tal excreção é realizada no chamado ciclo da ureia que começa dentro das mitocôndrias dos hepatócitos, sendo que três passos acontecem no citosol . Dois grupos amino são inseridos no ciclo, sendo o primeiro proveniente da amônia que é empregada na síntese de carbamil fosfato e HCO3- da respiração da mitocôndria, e o segundo é proveniente do aspartato que veio da mitocôndria por transaminação e foi para o citosol. O grupo carbamil tem grande potencial de transferência e é útil na transferência do grupo amino pra ornitina, dando inicio a um novo ciclo.
    http://docentes.esalq.usp.br/luagallo/bioquimica%20dinamica/degradacao%20proteinas%20e%20excrecao%20nitrogenio.pdf

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