segunda-feira, 6 de abril de 2015

A Influência das Propagandas de Televisão na Alimentação dos Jovens.

Muitos são os fatores que influenciam nas escolhas das crianças e dos adolescentes, como autoimagem, valores, necessidades fisiológicas, preferências pessoais, experiências e conhecimentos, busca por autonomia, questionamento dos padrões familiares, interação grupal e a mídia, especialmente a televisão (TV). A TV aberta é a maior fonte de lazer e informação da maioria da população, moldando a visão de nós mesmos e da vida à nossa volta. Somos sobrecarregados com diversas informações sobre os mais variados assuntos e quando o ouvinte é uma criança ou um adolescente, muitos hábitos podem ser reforçados por mensagens diretas ou indiretas presentes na programação e nos comerciais. Com relação a alimentação, a maior fonte de informação sobre alimentos na televisão são os comerciais.

Um importante comercial sobre alimentos fora divulgado na talevisão brasileira a alguns anos. Tal comercial, por demonstrar um tema interessante de um ponto de vista bioquímico, tornou-se o tema de nossos futuros estudos no vasto mundo da bioquímica. Trata-se do comercial "Danoninho vale por um Bifinho" apresentado a seguir:




Propagandas como a demonstrada a pouco visavam influenciar principalmente crianças e adolescentes, tentando criar padrões de consumo.


Anúncios de televisão possuem intenso marketing visando estabelecer crenças nutricionais, atitudes e padrão de consumo da juventude, por saber que essa população, ainda com seu aporte psicológico em formação, é susceptível a consumir aquilo que é valorizado por ela, a fim de sentir um “pertencimento social”. Os jovens são vistos como os primeiros indivíduos dispostos a aceitar novas idéias, o que justifica o interesse da mídia em direcionar os anúncios a essa população.

No período de agosto de 1998 a março de 2000, uma pesquisa realizada no Brasil sobre as propagandas veiculadas em diferentes horários na televisão mostrou que os alimentos são os principais produtos anunciados. Entre eles, 57,8% estavam no grupo de gorduras, óleos, açúcares e doces, e 21,2% eram do grupo de pães, cereais, arroz e massas. No período da pesquisa não foi veiculada nenhuma propaganda sobre frutas e vegetais. Em 2005, uma nova pesquisa foi realizada e os resultados foram similares aos encontrados por Almeida et al. em 2002. Através da gravação da programação matutina, vespertina e noturna de 3 canais abertos durante 30 dias, foi constatado que do total de 840 propagandas de alimentos veiculadas nesse período, 47,3% pertenciam ao grupo dos açúcares e doces, seguido por óleos e gorduras (19,3%), pães, cereais, raízes e tubernáculos (7,9%), leite e derivados (7,3%), e carnes (1,8%). Novamente, não foi veiculada nenhuma propaganda sobre frutas e vegetais. Esse estudo teve ainda por objetivo verificar a que público tais anúncios eram direcionados, e o resultado mostrou que a maioria se dirigia a crianças, e, em segundo lugar, a adolescentes. Comerciais de biscoitos recheados e chocolates (dois dos produtos mais anunciados em todo o período da pesquisa), iogurtes, como no caso do Danone, salgadinhos, maioneses, fast food e refresco em pó tiveram maior inserção no período da manhã, especialmente em programas voltados ao público infantil. Além desses alimentos, propagandas destinadas a 25 crianças também anunciavam achocolatados, balas, cereais, goma de mascar, salgadinhos e sobremesas, normalmente utilizando elementos que apelam para suas necessidades sensoriais, psicológicas e sociais.

Para adolescentes, prevaleceram os anúncios de achocolatados, balas, cereais, chocolates e refrigerantes, com utilização de temas relacionados a essa fase como o “ficar” e “curtir”, ambientados em lugares preferidos desse público, como bares e colégios. Esses anúncios apelam principalmente para o desejo dos jovens de conquistar parceiros e se aventurarem. Nota-se que as propagandas de alimentos em geral enfatizam as emoções em suas mensagens, em sua maioria associando o consumo do produto a uma sensação de prazer, com recompensas sociais e satisfação do ego.

Considerações sobre ingredientes e textura dos alimentos normalmente não possuem caráter informativo e sim persuasivo, apelando para o apetite do consumidor. Tais anúncios podem acabar transmitindo ao jovem uma ideia equivocada do que é um alimento saudável, pois muitos contêm mensagens enganosas sobre os reais valores nutricionais dos produtos. O uso de promoções em comerciais direcionados a esse público-alvo também é muito comum, vinculando aos produtos prêmios ou brindes, muitas vezes colecionáveis. Há forte apelo para que o ouvinte adquira o produto, utilizando argumentos que mexem com o psicológico das crianças, ou que fazem alusões a personagens do universo infanto-juvenil, capazes de despertar intenso desejo de consumo. Músicas, jingles e slogans, de fácil memorização, também são recursos utilizados para atrair a atenção do telespectador. Considerando que os jovens são expostos a aproximadamente 150 a 200 horas de mensagens comerciais por ano, somando algo próximo a 20.000 anúncios, percebemos como é grande a influência da mídia no campo da alimentação.

Além disso, a mídia molda comportamentos através de exemplos - normalmente pessoas bonitas e bem sucedidas, extremamente magras, anunciando refrigerantes, redes de fast food e outros alimentos, 26 via de regra ricos em açúcar e gordura. Isso acaba influenciando negativamente os valores dos jovens, que passam a achar o consumo desses alimentos normal ou pertinente, e criam expectativas irreais sobre as conseqüências de maus hábitos alimentares, já que as estrelas da televisão raramente são obesas ou sofrem de problemas de saúde relacionados à má alimentação. Ao contrário dessas “estrelas”, as crianças e os adolescentes estão se tornando cada vez mais obesos, apresentando risco de desenvolver diversas doenças crônico-degenerativas. Além do incentivo ao consumo de determinados alimentos, o tempo gasto vendo televisão limita a realização de atividades importantes, como brincar, ler, praticar atividades físicas e interagir com amigos e familiares, o que contribui para a inatividade, cultivando um hábito sedentário que leva a uma diminuição do gasto energético, sendo assim um importante fator associado à obesidade e ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.  

Concluimos, portanto, do que já foi citado que alguns anúncios sobre alimentos podem transmitir aos jovens uma idéia equivocada dos valores nutricionais de um produto. Estaria o comercial da Danone induzindo de forma errônea os jovens telespectadores a valorizar mais um pequeno pote de Danone que uma fatia de bife? Afinal, um Danoninho vale por um Bifinho?

Referências
Influência das Propagandas de Televisão na Alimentação de Crianças e Adolescentes, Érica Blascovi de Carvalho

13 comentários:

  1. Grupo J:
    A mídia sempre tentando de certa forma "manipular" o consumidor. Se olhar pelo lado nutricional da propaganda: "Danoninho vale por um bifinho" percebe-se que a afirmativa não está tão correta assim. Quando se pega a tabela nutricional do Danoninho tem-se em porcentagens, num pote de 45 g com 51 cals: 24% de gordura, 53% de carboidrato e 23% de proteína, além de 16mg de sódio, configuram a "composição" do danoninho. Ai a gente pensa: poxa as macromoléculas estão relativamente bem distribuídas. É realmente podem está, mas falta tanta coisa pra um danoninho se comparar a um bifinho. Vamos então olhar tabela nutricional de um bife assado magro de lombo de vaga, 100 gramas tendo: 59% de Água, 30,56 gramas de proteínas, 8,33 de gordura, 0 de carboidrato, sendo que nesse bifinho tem ainda: ácidos graxos, colesterol, cálcio, fosforo, potássio, sódio também, vitamina A, Tiamina, Ribloflavina, Niacina, Acido ascórbico e FERRO. Pois bem, vamos analisar apenas a diferença do ferro. O ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para todas as células do corpo. A carência de ferro no organismo pode levar a uma anemia ferropriva e influencia também na resistência dos indivíduos às infecções. Enfim, realmente "Um danoninho vale por um bifinho" na alimentação da sua família?
    Disponivel em: ; . Acesso em 09 abr. 2015.

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  2. Grupo L:
    A influência da mídia no consumo alimentar das pessoas em geral e, principalmente, de jovens e crianças é um assunto que merece debate constante. Normalmente, essas propagandas são feitas de acordo com os hábitos de vida do seu público alvo, sempre associando os seus produtos à ideia de saúde, prazer e virilidade. As crianças, em particular, são muito suscetíveis à influência televisiva. Assim, são um alvo fácil para indústria do marketing. As propagandas infantis de alimentos normalmente enfatizam situações cotidianas das crianças, além de associar o alimento com sentimentos de felicidade, prazer, bem estar, saúde, etc. Elas se utilizam também de elementos como desenhos animados e artistas queridos das crianças. O maior problema desses anúncios é o fato de, em grande parte das vezes, relatarem uma composição química diferente da realmente encontrada no produto ou omitirem a presença de outros elementos que possam acarretar problemas na saúde de seus consumidores. além disso, muitas vezes, essas propagandas relacionam os seus produtos a alimentos verdadeiramente saudáveis, sugerindo a substituição deste por aqueles sem prejuízos nutricionais. Um exemplo disso é o comercial do iogurte "ninho fruti" da marca Nestlé, que associa esse produto ao morango (um alimento saudável), atribuindo a ele uma grande facilidade no consumo, até maior que no consumo da própria fruta, passando, assim, a ideia de que é a melhor opção. https://www.youtube.com/watch?v=uOnbgkHkpRg
    No entanto, analisando a composição química do morango e do "ninho fruti" podemos ver as diferenças nutricionais entre os dois elementos.
    Morango (100g) Ninho fruti (170g)
    Gordura (g) 0,67 2,7
    Carboidrato (g) 6,71 12
    Cálcio (mg) 14,09 188
    Sódio (mg) 0,67 76
    Vitamina A (microgramas) 26,85 113

    Além de uma maior quantidade de gordura e de sódio, podemos constatar a presença de alguns minerais presentes na fruta e não no iogurte, como fósforo, ferro, potássio e outros. Assim, é preciso mais cuidado na hora de escolher a nossa alimentação :)

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  3. GRUPO C

    Olá pessoal, tudo tranquilo? Legal observar uma influência da mídia nas nossas escolhas alimentares. Todo esse processo se mistura com o crescente poder dos meios de comunicação num mundo cada vez mais globalizado. Quase tudo de mau que acontece no mundo tem uma galera que atribui ou aos illuminati ou a televisão hehehe. Bem, brincadeiras a parte, o que uma criança brasileira de 4 a 8 anos faz quando não está na escola? Isso mesmo! Vê tv, seja "bom dia e companhia" ou "sessão da tarde", e o que passa na tv influi no comportamento delas. Um cara chamado Pierre Bourdieu desde o século passado já falava das "Fabricação das subjetividades" etc e tal. Mas o mais interessante é quando ele fala do "fast-food cultural". Ou seja, os hábitos alimentares são modificados por filmes, vídeos, e, claro, propagandas . Como os caríssimos colegas observaram, há mudanças importantes na nutrição. Como exemplo, o ferro e o potássio entre frutas e um dos alimentos infantis mais vendidos no Brasil, o popular Danoninho. Bem, será que a tv nos deixou burros, burros demais? A epidemia silenciosa dos Transtornos do Comportamento Alimentar acham que sim. See U!

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  4. GRUPO I

    Iai galera, tudo sussa? Muito interessante a abordagem do tema com um assunto que ainda hoje afeta a sociedade brasileira: a alienação da mídia. Nessa caso, ela tenta induzir padrões de alimentação nos brasileiros, padrões esses, que na maioria da vezes não são muito saudáveis. No Brasil, alimentos são os produtos mais freqüentemente anunciados, sendo que quase 60% deles pertencem ao grupo representado, na pirâmide alimentar, por gorduras, óleos, açúcares e doces. De um modo geral, crianças e adolescentes não têm maturidade suficiente para controlar suas decisões de compra e acabam dando preferência para a compra e consumo de guloseimas, pobres em substâncias nutritivas, acarretando, com freqüência, a obesidade infantil. O aumento da obesidade infantil pode estar relacionado com a influência negativa do marketing . Estima-se que crianças e adolescentes gastem em média 5-6 horas por dia assistindo televisão aberta e o número de comerciais que estimulam o consumo de alimentos pobres em nutrientes aumentou de 11 para 40 por hora nas últimas duas décadas.

    http://www.unicamp.br/nepa/san.php?pag=san_vol_17_1_artigo_10.php

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  5. Grupo M
    Tema bastante interessante, e que deve ser discutido, principalmente acerca da influência da mídia na nossa alimentação. O marketing usufrui da mídia para atingir públicos de todas as faixas etárias, sendo as crianças as mais prejudicadas. Elas, ainda, estão com seus hábitos e personalidades em formação, apresentando extrema vulnerabilidade psicológica e social. Crianças são incapazes de formar opinião crítica, o que facilita a manipulação e a inclusão de ideias inadequadas em suas mentes. Esses fatos associados à propaganda da Danone, fazem com que a criança não queira mais comer bife, pois a propaganda passa a ideia errônea de que o iogurte Danoninho tem valor nutricional mais elevado ou até melhor do que um bife. Como já foi comentado, essa ideia é totalmente absurda e causa uma certa revolta, pois as crianças, nem nós mesmos, podemos ver a TV como uma simples forma de entretenimento, devido às várias informações que estamos recebendo inconscientemente. Desse modo, faz-se necessário que ocorra uma regulamentação, principalmente, dessas propagandas que têm como público-alvo as crianças, pois elas podem ter repercussões que alterem o resto de suas vidas. Essa discussão de produção midiática para crianças chegou ao governo de vários países, o que ocasionou varias mudanças nas propagandas. No Brasil, crianças de até 12 anos e elementos do universo infantil (personagens e nomes desenhos animados) não podem participar de publicidade infantil, o que pode reduzir os efeitos causados pela mídia. Aguardando novas publicações!
    Fontes:
    http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2013/03/comeca-valer-nesta-sexta-proibicao-de-merchandising-com-criancas.html
    http://www.andi.org.br/politicas-de-comunicacao/publicacao/regulacao-de-midia-e-direitos-das-criancas-e-adolescentes-edicao
    http://sesccidadania.com.br/pt-br/site.php?secao=programas_nutricao&area=programas&pub=652&letra=

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  6. GRUPO A:
    E aí galera, tudo show? A postagem é muito esclarecedora e interessante, uma vez que sabemos que não é de hoje que a mídia tenta manipular os nossos hábitos de vida. Por exemplo, no anúncio da Coca Cola o que está sendo vendido, de certa forma, não é apenas o produto e sim o desejo de consumi-lo, ou você nunca ficou com vontade de beber uma Coca Cola gelada após um comercial?
    Por isso muitos estudiosos sobre o tema defendem a ideia de que o consumidor compra não apenas o produto, mas sim a marca, o desejo de ter o determinado produto ou de fazer parte do ‘’ grupo seleto’’ de pessoas que usufruem dessas benesses do capitalismo moderno.
    A alimentação de um indivíduo é construída com o passar do tempo e com o auxílio de determinados fatores, como cultura, ambiente familiar e social. Valores que são, comumente, influenciados pela mídia da qual falamos. Tal influência pode ser positiva ou negativa, contudo nas últimas décadas a negativa mostra-se predominante no que diz respeito aos hábitos alimentares.
    A publicidade usufrui do marketing para atingir públicos de todas as faixas etárias, sendo as crianças as mais prejudicadas. Elas ainda estão com seus hábitos e personalidades em formação, apresentando extrema vulnerabilidade psicológica e social. Crianças são, de certa forma, incapazes de formar opinião crítica, o que facilita a manipulação e a inclusão de ideias inadequadas em suas mentes.
    Atualmente, nos deparamos com uma transição. A mídia era alvo, quase que exclusivamente, de alimentos ricos em açúcares e gorduras, além do aumento no tamanho das porções, o que agravava ainda mais o sistema de saúde pública. Hoje, já é possível assistir propagandas e reportagens sobre alimentos saudáveis, principalmente aqueles que previnem alguma doença, como câncer, diabetes, obesidade. Ou seja, ser saudável está na moda.
    O Ministério da Saúde e a ANVISA são responsáveis por parte dessa transição, visto que eles utilizam a televisão a fim de informar a população. Além disso, têm realizado fiscalizações permanentes, como foi o caso da exigência de modificação das embalagens de bebidas gaseificadas que lembravam embalagens de água mineral, induzindo ao consumo das mesmas em detrimento à ingestão de água. Contudo, as propagandas de alimentos com alta densidade calórica, lipídica e de açúcares continua em alta.
    Dessa forma, devemos ficar atentos aos alimentos que consumimos e à qualidade de nossa alimentação. Será que vale a pena substituir um bife por um Danoninho? É importante fazer uma reflexão: qual dos dois você considera mais natural e vantajoso para sua dieta?
    Aguardamos ansiosamente mais postagens sobre o tema! ;)

    Fontes: http://sesccidadania.com.br/pt-br/site.php?secao=programas_nutricao&area=programas&pub=652&letra=


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  7. GRUPO H

    Galera, a postagem de vocês ficou muito interessante. Achei que ia ser super complicado, em relação a achar temas interessantes, mas esse temática da influência da mídia na alimentação dos nossos jovens ficou muito boa... Até porque fomos jovens e passamos por isso também. "Mãe, quero um danoninho!!" Hehe
    Bem, podemos salientar, de fato, que a permanência em frente à TV como fator que influencia crianças e adolescentes a desenvolverem hábitos alimentares menos saudáveis, e também reduz o tempo dedicado à atividade física.
    Apesar de não haver concordância entre os estudos internacionais a respeito da influência da TV na obesidade, destaca-se que as mudanças comportamentais provocadas por ela no hábito alimentar e no tempo dedicado à atividade física são determinantes que podem propiciar o sobrepeso ou a obesidade, indicando a TV como variável que pode estar indiretamente associada. Por isso, em estudos epidemiológicos nutricionais, é de grande valia analisar o tempo dedicado a assistir à TV, em crianças e adolescentes.

    A televisão é um dos fatores potenciais que estimulam a alimentação (GORE, et al, 2003
    19). O poder da televisão, através de seus agentes sociais, age na criação de valores míticos
    como liberdade, autonomia, felicidade e bem-estar, prescrevendo, simultaneamente,
    comportamentos adequados ao alcance de tais fins (ANDRADE, 2003 3
    ).
    A exposição de apenas 30 segundos a comerciais de alimentos é capaz de influenciar a
    escolha de crianças por determinados produtos (ALMEIDA, NASCIMENTO & QUAIOTI,
    2002 2
    ).

    Uma análise realizada com a qualidade dos alimentos veiculados pela televisão,
    demonstrou que 60% dos produtos estavam classificados nas categorias gorduras, óleos e
    açúcares. A predominância de produtos com altos teores de gordura e/ou açúcar pode estar
    contribuindo para uma mudança nos hábitos alimentares de crianças e jovens e agravando o
    problema da obesidade na população (ALMEIDA, NASCIMENTO & QUAIOTI, 2002 2
    ).
    As crianças que assistiram mais a televisão durante a infância tiveram grande aumento da
    massa gorda, de acordo com um estudo longitudinal realizado com 106 crianças de 4 anos de
    idade, que foram acompanhadas até os 11 anos, no qual seus pais responderam, anualmente, a
    um questionário sobre o hábito de seus filhos assistirem à televisão (PROCTOR, et al,
    200327). A televisão, além de promover o sedentarismo, estimula a ingestão de alimentos
    calóricos. (HALFORD, et al, 2003 21).
    Esses achados devem alertar as autoridades públicas, para que programas e políticas continuem enfatizando a promoção da alimentação saudável e a prevenção da obesidade nas mais tenras idades, podendo incluir medidas que estimulem o lazer ativo e a redução do tempo que crianças e adolescentes permanecem em frente à TV, bem como a regulamentação da publicidade de alimentos, tais como aquelas já adotadas por órgãos de saúde nos EUA e no Brasil.

    REFERÊNCIAS:
    A FORMAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO
    DE ALGUNS ASPECTOS ABORDADOS NA LITERATURA NOS ÚLTIMOS DEZ
    ANOS: http://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Hinfancia.pdf
    Influência da televisão no consumo alimentar e na obesidade em crianças e adolescentes: uma revisão sistemática: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732010000400011

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  8. Conforme bem salientado pela postagem, somos todos os dias bombardeados por diversos comerciais que moldam inconscientemente nossos hábitos de vida, inclusive os alimentares. Nesse contexto, deve ser bastante analisada sua influência sobre as crianças que são ainda mais expostas a esses moldes que podem acarretar problemas em sua saúde como obesidade infantil, dentre outros.
    No Brasil, esse tema tem sido bastante discutido visto não só o número de crianças atingidas por ele como também seus custos ao Sistema Único de Saúde (11 bilhões de reais em 2014). Preocupados com tais fatos, dirigentes de diversos países buscaram junto à OMS a aprovação de uma estratégia de combate à obesidade infantil por meio do controle e fiscalização de propagandas e qualidade dos produtos divulgados.
    Nesse combate contra a obesidade, o Brasil é um dos aliados da OMS,
    que quer aumentar a atividade física e a alimentação saudável. Eles querem propagar
    essa mudança de habito não só nos adultos, mas também nas crianças. Do jeito que
    as coisas estão indo, a OMS teme que muitas crianças morram antes dos pais, por
    causa do futuro que irão ter com hipertensão, diabetes e problemas cardíacos (CARDOSO, 2008).
    Depois do relatado, podemos perceber a importância da discussão e da busca de soluções possíveis para reduzir a influência midiática sob os hábitos alimentares e por conseguinte na saúde das pessoas, principalmente crianças.
    REFERÊNCIAS: CARDOSO, Ivna Ximenes Frota. A influência da televisão sobre as crianças: uma polêmica. 2008. Disponível em:http://www.fa7.edu.br/recursos/imagens/File/publicidade/monografia/2008/ivna%20ximenes.pdf. Acessado em: 09/04/2015 às 17:54.

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  9. Ótima postagem! Devemos mesmo discutir sobre esse tema, afinal, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não possuem regulamentação séria sobre a publicidade de alimentos e bebidas para crianças até 12 anos, embora algumas entidades da sociedade civil tenham lançado a Frente pela Regulamentação da Publicidade de Alimentos, para reivindicar junto ao Poder Público a regulamentação do tema. Em relação às regulamentações estatais, que podem ser utilizadas na proteção da população infanto-juvenil contra o marketing agressivo de alimentos e bebidas prejudiciais à saúde, o Brasil possui duas leis federais: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)14 e o Código de Defesa do Consumidor (CDC). O IDEC considera que a proposta da Agencia Nacional de Vigilância Sanitário (ANVISA) é a mais ampla e adequada, aonde se definem claramente quais são os padrões para se considerar um alimento ou uma bebida como saudável; define horários em que a publicidade pode ou não ser veiculada; veta o uso de personagens e desenhos e a distribuição de brindes associados a alimentos e bebidas não saudáveis.
    Mas exite o Conselho de Auto-regulamentação Publicitária (CONAR), que é uma organização da sociedade civil fundada por entidades do mercado publicitário brasileiro para regular a publicidade no país e que é mantida com recursos advindos de entidades e empresas do próprio mercado. Como o CONAR não é um órgão estatal, não exerce poder de polícia, não multa, não determina ordem de prisão, nem, tampouco, elabora leis.
    Portanto, vemos a necessidade de ser feita logo a devida regulamentação sobre este tema, pois, como já dito pela postagem de vcs e por vários comentários aqui, as crianças e os adolescentes são o principal alvo das propagandas e as mais vulneráveis, escolhendo muitas vezes os alimentos mais gordurosos e calóricos, contribuindo para o crescimento de uma sociedade menos saudável.
    Ótimo tema para discussão! Fico no aguardo de mais postagens (;

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  11. Isac, me chamo Eduardo Augusto, sou da turma 83 de medicina da UFPI THE. Fui designado para ser o auxilar do seu blog, por favor matenha contato comigo o mais rápido possível em eduardoaugustosoares@gmail.com. Valeu!

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  13. O PT sempre (ou melhor: já durante um bom tempo e bem longo) viveu de clichês publicitários, apenas e nada mais. O PT é de uma pobreza enorme sem os clichês e frasezinhas. Ao estilo de:

    “Muito engana-me, que eu compro”

    Nós todos apreciamos consumir alguma coisa, com certa constância. Então isso é bom.

    Eis:
    Vive o PT© de clichês publicitários bem elaborados por marqueteiros.
    Nada espontâneo.
    Mas apenas um frio slogan (tal qual “Danoninho© Vale por Um Bifinho”/Ou: “Fiat® Touro: Brutalmente Lindo”). Não tem nada a ver com um projeto de Nação.
    Eis aqui a superficialidade do PETISMO:

    0.“Coração Valente©”
    1.“Pátria Educadora™” [Buá; Buá; Buá].
    2.“Haddad agora é verde-amarelo®” [rsrsrs].
    3.“A Copa das Copas ®”
    4.“Fica Querida©”
    5.“Impeachment Sem Crime é Golpe™” [lol lol lol]
    6. "Pronatec©, transformando a Vida de Milhões de brasileiros ™"[kkk].
    7.“Foi Golpe™”
    8.“Fora Temer©”
    9.“Ocupa Tudo®”
    10.“Lula Livre®”
    11.“®eleição sem Lula é fraude” [kuá!, kuá!, kuá!].
    12.“O Brasil Feliz de Novo ™”
    13.“Lula é Haddad Haddad é Lula®” [kkkk]
    14.“Ele não®”.
    15.“Controle social da mídia” (hi! hi! hi!): desejo do petismo.
    16.“LUZ PARA TODOS™” (KKKKK).
    17. (…e agora…):
    “Ninguém Solta a Mão de Ninguém ©”

    18.
    “SKOL®: a Cerveja que desce RedondO”.

    PT© é vigarista e
    é Ersatz.

    PT Vive de ótimos e CALCULADOS mitos publicitários.
    É o tal de: “me engana que eu compro”.

    Produtos disfarçados, embalagens mascaradas e rótulos mentirosos. PT!

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