terça-feira, 16 de junho de 2015

Afinal, Danoninho vale por um Bifinho?

Olá amigos!! Nessa nova postagem vamos relembrar um pouco do que conversamos durante todo esse semestre. Buscamos aqui em nosso blog não somente comparar o danoninho com o “bifinho” que vemos em nosso cotidiano. Tivemos como objetivo também trazer informações variadas sobre o assunto para que você leitor pudesse conhecer um pouco mais sobre esses alimentos e sobre como são processados, suas informações nutricionais, como são metabolizados em nosso organismo.

Como primeira postagem conversamos um pouco sobre as influências da propaganda na alimentação das crianças, tema bastante relevante dado os novos costumes em alimentação que vêm sendo forjados pela mídia atual. Ao ler o artigo que nos possibilitou construir o assunto vimos que a influencia de produtos industrializados é forte nas escolhas dos jovens, logo não foi difícil lembrar do antigo comercial da Danone que compara esses dois alimentos.

Posteriormente mostramos informações sobre como é produzido o danoninho e sobre suas informações nutricionais. Vimos que o produto se trata de um Petit Suisse, o que não se trata de um iogurte mas sim de um tipo de queijo. A diferença foi explicada no processo de produção que se da por via distinta à do iogurte. Juntamente a essas informações oferecemos também curiosidades sobre os aditivos que são adicionados ao produto da Danone.

Comparativamente comentamos um pouco sobre a carne e sua composição nutricional. Depois disso tentamos aprender um pouco sobre como seria uma alimentação ideal e saudável.

A partir desse ponto começamos a focar na metabolização dos elementos que ingerimos ao nos alimentarmos com um bom danoninho ou com um belo pedaço de carne. Assuntos como os passos que são seguidos pelo carboidrato durante sua digestão, a hidrólise como sendo a principal reação de quebra para obtenção de energia e nutrientes, a composição lipídica que encontramos no danoninho.

Um questionamento, no entanto, foi feito durante as primeiras postagens: Qual dos dois seria o melhor ou mais saudável? Seriam nutricionalmente equivalentes?

Tentando responder à pergunta me utilizo de um artigo que comenta sobre as consequências da alimentação industrializada no povo brasileiro.

INFLUÊNCIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO NO HÁBITO ALIMENTAR E NA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

O advento da industrialização, concomitantemente com uma série de descobertas técnicocientíficas, colaborou de maneira marcante para as transformações no estilo de vida das pessoas, sobretudo no que diz respeito aos costumes alimentares da população brasileira. Nas últimas décadas é notória a mudança nos hábitos alimentares em todo o mundo na tentativa de agregar tempo e praticidade ao estilo de vida moderno. Entretanto, essas mudanças, observadas principalmente com o surgimento da alimentação tipo fast food, afetam a qualidade do alimento e seu valor nutricional devendo-se ressaltar os impactos que esse tipo de alimentação pode causar na população.

A transição nutricional pela qual a sociedade tem passado é caracterizada por uma dieta extremamente calórica, rica em açúcares e gorduras, e insatisfatória quanto ao aporte nutricional, revelando as consequências que uma alimentação sem qualidade pode trazer do ponto de vista da saúde. O surgimento e/ou agravamento de patologias como a obesidade, a desnutrição, as dislipidemias, hipertensão, diabetes, cardiopatias, dentre outras, além da diminuição qualidade de vida da população, estão intimamente ligadas à alimentação do indivíduo.

Esclarecer o quanto o binômio urbanização/industrialização influenciou e vem influenciando os hábitos alimentares dos brasileiros, bem como apontar as suas possíveis consequências na saúde da população são os primeiros passos para a conscientização da população a respeito da importância de uma alimentação saudável.

Nos ajude em seus comentários, qual dos dois alimentos você pensa ser mais nutritivo ou mais saudável? O Danoninho ou o Bifinho?

Fontes Bibliográficas

Mudanças dos hábitos alimentares provocados pela industrialização e o impacto sobre a saúde do brasileiro. I Seminário Alimentação e Cultura na Bahia. Centro de Estudos do Recôncavo. Universidade Estadual de Feira de Santana.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Danoninho "Gordinho"?!

Será que no Danoninho é gordinho? Ele possui gordura?
Em uma antiga postagem trouxemos a tabela nutricional do nosso “amado” Danoninho e nela mostrava que em 40g desse produto, o que corresponde a um pote, existe 1,2 g de gorduras totais, o que equivaleria a 2% dos valores diários de referência para uma dieta de 2.000kcal. A necessidade diária de lipídeos na alimentação está em tono de  20 a 30%  do valor calórico total da dieta diária

O termo lipídios se refere a diversos compostos químicos que têm como característica comum o fato de serem insolúveis em água. Essas substâncias possuem alta densidade energética (9 Kcal/g), o que contribui para que ele tenha vantagem sobre os carboidratos no que diz respeito a reserva energética.Eles podem ser classificados em:
  • Lipídios Simples – glicerol + ácido graxo – podem ser: mono, di ou triglicerídeos. São os principais lipídios da alimentação. Podem ser saturados ou insaturados.
  • Lipídios Compostos – grande número – fosfolipídio, glicolipídio, lipoproteínas, entre outros. Possuem funções metabólicas;
  • Lipídios derivados – Substâncias derivadas de lipídios simples e compostos: vitaminas lipossolúveis (K,A,D,E), colesterol, hormônios da tireoide, lipoproteínas.

Possuem funções biológicas essenciais: energéticas, estruturais e hormonais. São representados principalmente por triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol. Assim, os triglicerídeos constituem a maneira mais eficiente de armazenar energia, os fosfolipídios representam o principal elemento estrutural das membranas celulares, enquanto o colesterol é precursor de hormônios.

Triglicerídeos
         São compostos por três moléculas de ácido graxo, unidas por ligação éster a uma molécula de glicerol. Os ácidos graxos possuem geralmente cadeia carbônica longa insaturada ou saturada, e o grupo carboxila constitui a região polar, enquanto a cadeia carbônica é apolar.

Os triglicerídeos (TGA) possuem grandes vantagens de armazenamento energético sobre os carboidratos devido ao seu caráter hidrofóbico, ocupando menor espaço de reserva, ou seja, sem moléculas de água adsorvidas o peso da reserva é menor. Além de ser altamente reduzido, assim sua oxidação libera muito mais energia (produz ATP) por grama do que o glicogênio ou proteínas. Os adipócitos são os locais de reserva do TGA, onde ele também atua como isolante térmico.



Ácidos graxos
            São constituídos por uma cadeia carbonada com grupamento carboxílico (polar) em uma das extremidades e um grupamento metil na outra extremidade. Podem sersaturados ou insaturados. Essa característica é importante nas análises qualitativas dos lipídeos. Os ácidos graxos saturados geralmente são sólidos e predominam nas gorduras de origem animal, já os ácidos graxos insturados, que podem ser mono ou poliinsaturados geralmente estão na forma líquida (óleos) e são predominantes em lipídeos de origem vegetal, como os óleos de soja, milho, azeite. O óleo de peixe é uma exceção, pois possui ácidos graxos predominantemente poliinsaturados. Os ácidos graxos são o principal constituinte dos triglicerídeos e dos fosfolipídeos.


Colesterol
                É um tipo de lipídeo essencial ao organismo. Cerca de 70% é produzido pelo organismo, e os demais 30% é adquirido pela ingestão de alimentos de origem animal. Ele é formado por um núcleo esteroide em forma de anel com um radical hidroxila, comportando assim como um álcool. Seu sistema de anéis fusionados lhe fornece uma rigides maior do que outros lipídeos de membrana. Pode ser sintetizado pelo fígado, onde sua estrutura deriva do ácido acético, que é um produto final da degradação de ácidos graxos. Eles tem como funções:
  •  Formação de membranas celulares
  • Precursor da vitamina D
  •  Precursor de hormônios esteróides
  •  Constituinte da bile



Processos dos lipídeos no organismos:
            Mais de 90% de nossa ingestão de lipídeos é feita sob a forma de triglicérides (compostos de três moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol). Depois de ingeridas, as gorduras chegam ao duodeno praticamente inalteradas. No duodeno libera-se a colicistocinina que induz a contração vesicular, resultando na excreção da bile, e promovendo a liberação do suco pancreático, rico em lípases, que convertem os triacilgliceróis em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, ácidos graxos e glicerol.

            Os produtos da digestão se difundem para o interior das células espiteliais que recobrem a superfície intestinal interna (mucosa intestinal) onde são convertidos em triacilgliceróis e agrupados com o colesterol da dieta e com proteínas específicas, formando agragados lipoprotéicos chamados quilomícrons. As porções protéicas das lipoproteínas são reconhecidas por receptores da membrana celular. Assim movem-se da mucosa intestinal para o sistema linfático, de onde saem para a corrente sanguínea e são transportados para os músculos e tecido adiposo. Nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular lípase protéica é ativada pela apoC-II. Essa enzima hidrolisa os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol que são captados pelas células dos tecidos-alvo. Nos músculos, os ácidos graxos são oxidados para obtenção de energia; no tecido adiposo, eles são reesterificados e armazenados como triacilgliceróisOs produtos da digestão se difundem para o interior das células espiteliais que recobrem a superfície intestinal interna (mucosa intestinal) onde são convertidos em triacilgliceróis e agrupados com o colesterol da dieta e com proteínas específicas, formando agragados lipoprotéicos chamados quilomícrons. As porções protéicas das lipoproteínas são reconhecidas por receptores da membrana celular. Assim movem-se da mucosa intestinal para o sistema linfático, de onde saem para a corrente sanguínea e são transportados para os músculos e tecido adiposo. Nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular lípase protéica é ativada pela apoC-II. Essa enzima hidrolisa os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol que são captados pelas células dos tecidos-alvo. Nos músculos, os ácidos graxos são oxidados para obtenção de energia; no tecido adiposo, eles são reesterificados e armazenados como triacilgliceróis

            A mobilização do depósito de triacilgliceróis é obtida por ação da lípase dos adipócitos, uma enzima sujeita a regulação hormonal, que hidrolisa os triacilgliceróis a ácidos graxos e glicerol. O glicerol não pode ser reaproveitado pelos adipócitos, que não tem glicerol quinase, sendo então liberado na circulação. No fígado e outros tecidos, por ação da quinase, é convertido a glicerol 3-fosfato e transformado em diidroxiacetona fosfato, um intermediário da glicólise ou da gliconeogênese. Os ácidos graxos liberados dos adipócitos são transportados pelo sangue ligados a albumina e utilizados pelos tecidos, incluindo fígado e músculos, como fonte de energia; o tecido nervoso e as hemácias são exceções, porque obtêm energia exclusivamente a partir da oxidação da glicose.



Os lipídeos constituem a maior reseva energética do corpo. O tecido adiposo é especializado para o armazenamento e a mobilização de triacilgliceróis, em resposta a situações metabólicas. Os lipídeos provenientes da alimentação são degradados durante o jejum por diversos tecidos, como músculo cardíaco, músculo esquelético e fígado. Os ácidos graxos originados passam pela via de beta-oxidação, gerando coenzimas reduzidas e consequente produção de ATP. Os lipídeos também apresentam funções estruturais, estão associados à construção de membranas a partir de fosfolipídeos. São utilizados, ainda, para síntese de colesterol e de hormônios esteróides, como alguns hormônios sexuais. Além disso, ácidos graxos essenciais presentes na dieta dão origem a compostos que regulam diversos processos fisiológicos, como regulação da pressão arterial, dilatação de brônquios, contração uterina, reação inflamatória, manifestação de dor e febre e coagulação no sangue.

Referências:

LEHNINGER, Albert L; NELSON, David L.; COX, Michael M. Lehninger princípios de bioquímica. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 2006.

MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 

TIRAPEGUI, Julio. Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006.